O “Wall Street Journal” noticia a viagem de Dilma Rousseff aos EUA com a reportagem “EUA buscam um aliado no Brasil” depois dos atritos com Lula. Mas “persiste o potencial para momentos de tensão”, com possíveis críticas à política monetária americana.
Já o “Financial Times” publica, no editorial “Ms. Rousseff vai a Washington”, que “as relações entre as duas maiores economias do hemistério americano são as melhores em muito tempo”. Ela quer que Obama “faça o que fez para a Índia e abrace as aspirações do Brasil de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança“. Para o jornal, “Mr. Obama seria sábio de prosseguir nessa veia” e o custo político do apoio, junto a vários críticos, seria algo que “vale a pena pagar, pelo sinal maior que daria” _de que os EUA ainda apoiam a reforma na governança global, apesar da indicação de mais um americano ao Banco Mundial.
Também em editorial, intitulado “O novo Brasil”, o “Miami Herald” diz que os líderes de EUA e Brasil devem”cimentar relação mais forte”. Anota que, “para o Sul da Flórida, nada importa mais [no diálogo entre ambos] do que o esforço do governo Obama de facilitar o processo de visto para turistas brasileiros“. Encerra criticando o antiamericanismo de Lula, que inviabilizou a associação de livre comércio com os EUA (Alca), e dizendo que “o futuro do Brasil está com as democracias ocidentais, não com ditaduras como Irã, Cuba _e China, aliás”.
Artigo de Moises Naim, ex-ministro venezuelano do comércio, hoje no think tank americano Carnegie, defende no “FT” um acordo comercial EUA-Brasil, mas anota que mais uma vez “nada importante vai acontecer” na visita, parte de “uma história de oportunidades perdidas”.
Sob o título “Um deficit de respeito entre EUA e Brasil”, Peter Hakim, do think tank Inter-American Dialogue, de Washington, vai pela mesma linha no “Los Angeles Times”, mas com maior esperança de que a visita “prepare o palco para acordos econômicos significativos entre as duas nações que há muito negligenciam a necessidade de uma relação robusta”.
Com enunciado quase igual ao do editorial do “FT”, “Rousseff vai a Washington”, trocadilho com o filme “Mr. Smith Goes to Washington”, a “Time” diz que os países tentam superar diferenças, mas “a verdade é que os EUA ainda estão tentando compreender se o Brasil é um aliado ou um rival“. E a revista “Economist” registra interesses e diferenças, destacando:
O Brasil provavelmente nunca foi tão importante para os EUA quanto agora. Os EUA provavelmente nunca foram tão pouco importantes para o Brasil.

O “Politico”, influente em Washington, traz artigo dos presidentes dos lobbies Câmara de Comércio dos EUA e Conselho de Negócios Brasil-EUA, cobrando que “chegou a hora de uma parceira mais ousada”, cujo “enorme potencial está claro para a comunidade empresarial”.
O “Politico” traz ainda artigo dos diretores do lobby Americans for Tax Reform, dizendo que a Califórnia não é mais a oitava economia do mundo, ultrapassada pelo Brasil, e cobrando que os democratas Obama e Jerry Brown, o governador californiano, tirem restrições à exploração de petróleo _em vez de importar do pré-sal brasileiro. O tema é o que mais movimenta Washington, com o concorrente do “Politico”, “The Hill”, noticiando que a “parceria energética” no pré-sal é prioridade no encontro de Obama e Dilma.
Ao fundo, o “Boston Globe” noticia que o governador de Massachusetts, o democrata Deval Patrick, se prepara para receber Dilma, que vai assinar acordos com as universidades locais MIT e Harvard. Patrick registrou outros acordos em pesquisa agrícola, da University of Massachusetts-Amherst com a Embrapa, e tecnológica, da UFRJ com a EMC Corp.