Economia global entra em "círculo vicioso" com corte nos gastos, diz o banco dos bancos centrais
25/06/12 10:28O Bank for International Settlements, “muitas vezes citado como o banco dos bancos centrais“, alerta que “a economia global está experimentando um ‘círculo vicioso’ em que os esforços de governos, famílias, empresas e setor financeiro para cortar seus deficits estão piorando as perspectivas uns dos outros”, destaca o “Financial Times”:
Embora os riscos sejam maiores para as economias desenvolvidas, o BIS nota que os riscos estão crescendo para as economias emergentes, particularmente aquelas que experimentaram crescimento muito rápido através de exportações para os vizinhos mais industrializados, “países como Rússia ou Índia”.
Já a Reuters, por “New York Times” e outros, destaca do relatório a avaliação de que “o boom de crédito traz riscos para os emergentes”. O BIS “recomenda que os bancos centrais deem mais atenção aos vazamentos globais de suas políticas internas, em eco das reclamações do Brasil sobre a atitude monetária ultra-frouxa nas economias mais velhas“, que “desestabilizou os fluxos de capital para os mercados emergentes”.
No “FT”, Ruchir Sharma, do banco americano Morgan Stanley, publica o artigo “Nós deveríamos festejar o fim do superciclo de commodities“, cujo primeiro sinal seriam “as notícias diárias sobre queda nos preços de petróleo”. Autor de um ensaio na “Foreign Affairs” em que proclama “o fim do momento mágico” do Brasil, ele volta a escrever que “o fim [do superciclo] significa problemas para países como o Brasil, que prosperaram com a venda para a China”, e “significa alívio para países importadores de commodities”, citando os EUA.
Mas o mesmo “FT” informa em reportagem que a queda nos preços do petróleo pode estar batendo no fundo. Diz que ela é causada pelas preocupações com Europa e China, mas também pela estratégia da Arábia Saudita de elevar produção para baixar o preço, à espera das sanções europeias ao petróleo do Irã, daqui a uma semana.
O “China Daily” publica hoje o artigo “Cresce a influência chinesa no ‘quintal’ dos EUA“, de Carlos Aquino, professor de economia da universidade peruana San Marcos, dizendo que para os países latino-americanos “é benéfico ter boas relações com as potências econômicas número 1 e 2 no mundo”, em estratégia “equilibrada e pragmática”.
A Bloomberg noticia que “a aposta da Embraer de vender jatos executivos na Ásia levanta vôo depois que o governo chinês aprovou a fabricação dos aviões”.
E sites como SmartMoney seguem alertando que “é hora de comprar” ações dos Brics, cujas bolsas levaram “tombo” e agora “apresentam oportunidade aos investidores”.
Por outro lado, nos EUA, o “Wall Street Journal” publica que a Odebrecht entrou na Justiça contra a lei estadual que proíbe o governo da Flórida de assinar contratos com empresas que tenham negócios em Cuba. A construtora brasileira seria o alvo da lei, levantando suspeita de favorecimento aos concorrentes locais em uma obra no aeroporto de Miami.
E o “FT” informa que o Senado aprovou seu “farm bill“, projeto de lei para fazendas, com “cortes modestos de modo a preservar as proteções básicas aos fazendeiros” americanos, diante da pressão internacional, sobretudo do Brasil, segundo o jornal.