E a China segue comprando subsidiárias brasileiras das gigantes europeias. Agora, ThyssenKrupp
21/06/12 11:46O “Financial Times Deutschland” publica hoje que as duas maiores siderúrgicas chinesas, as estatais Baosteel e Hebei, estão interessadas na siderúrgica brasileira que a alemã ThyssenKrupp colocou à venda em maio. Ecoa por Dow Jones, Reuters etc.
O “China Daily” publica artigo de Xiao Gang, presidente do Banco da China, uma das quatro maiores instituições financeiras do país, defendendo que os “Bancos chineses devem se tornar globais”. Argumenta que a China “caminha para ser o maior país em investimento direto no exterior” e sublinha a compra de ativos europeus:
O novo modelo não só requer das empresas chinesas que ampliem seus negócios glogais, mas também que o setor bancário acelere sua internacionalização. Uma característica notável do mundo multipolar da última década tem sido a rápida ascensão de multinacionais dos emergentes, em especial dos Brics. Elas se beneficiaram da globalização e jogam papeis cada vez mais significativos na ampliação da globalização.
O site da “Forbes” anota que o projeto de uma reserva comum dos Brics permitiria aos demais membros, “em tese, emprestar das reservas de US$ 3 trilhões da China”, o que garantia “confiança do mercado” diante de qualquer crise financeira que surgisse, por exemplo, na Rússia.
Por outro lado, o “CD” noticia que Pequim voltou a “conclamar países a aumentar a abertura comercial” durante a cúpula do G20, anotando que Brasil e África do Sul resistiram à extensão, para além de 2013, da promessa países do G20 de evitarem barreiras comerciais. O G20 acabou estendendo a promessa, mas por apenas um ano.
Em sua coluna no “Wall Street Journal”, Robert Powel relata “as perspectivas do mercado financeiro para o resto de 2012”, ouvindo diretores de investimento de fundos como BlackRock e MFS. Em suma, é “positiva”, inclusive para EUA, com crescimento ao ritmo de 2%, e Europa, que “emergirá de sua recessão em três trimestres”.
Quanto à China, “está desacelerando, mas não caindo”. Diz que o ciclo é efeito em parte da crise europeu, “mas sobretudo das políticas monetárias restritivas do BC chinês um ano atrás”. A atual queda nos juros deve dar “frutos em cinco a seis meses, dez no máximo”. Com isso e o fim do medo de inflação, que era “a maior ameaça às economias emergentes”, a previsão é de retomada dos níveis anteriores de crescimento até o fim do ano também nos outros “grandes emergentes, como Brasil e Índia”. Entre as recomendações, Powell destaca comprar ações dos emergentes, “baratas em relação à base histórica”.
Por outro lado, em sua coluna no “FT”, David Pilling escreve que mais importante que uma saída da Grécia da zona do euro é o eventual efeito da menor demanda chinesa sobre “partes da economia global”. Ressalta que “um país que poderá perder é o Brasil“. Pilling se baseia em artigo publicado por Ruchir Sharma, do banco Morgan Stanley, há dois meses na “Foreign Affairs”, prevendo “o fim do momento mágico” do Brasil com a desaceleração chinesa.
Na nova edição da “Foreign Affairs”, recém-postada, respondem a Sharma, entre outros, Richard Lapper, do “FT”, Larry Rohter, do “NYT”, Shannon O’Neil, do think tank Council on Foreign Relations, e Ronaldo Lemos, também do CFR e da Folha.