Na Rio+20, Brics de um lado, EUA, Europa e Japão de outro. Mídia inclusive
18/06/12 11:59A Rio+20 começa depois de amanhã e, segundo o “Times of India”, maior jornal em língua inglesa do mundo, “Crise financeira e questão de financiamento dividem o G7 e os demais”. Com a ausência dos ricos EUA, Alemanha e Reino Unido e a presença dos emergentes China, Índia e Rússia “agora está claro que a Rio+20 será um espetáculo de Brics e outros países em desenvolvimento”. Diz o delegado indiano:
Os americanos e europeus estão usando sua crise financeira como desculpa para evitar qualquer acordo sobre desenvolvimento sustentável, mas nós estamos determinados a pressionar duramente nossa posição.
Artigo no “Hindustan Times” trata com ironia as ausências de EUA e Reino Unido, sob o enunciado “Não ponha a culpa no Rio“:
É porque os velhos países ricos estão entre os mais verdes, então pouco têm a perder? Infelizmente, não. Tanto Barack Obama como David Cameron enfrentam políticas internas hostis que pintam a cúpula como perda de tempo. Nenhum dos dois quer falar que a sustentabilidade tem de estar no coração de qualquer plano de crescimento.
No estatal “China Daily”, na mesma linha, Pequim “reenfatizou que o princípio de ‘responsabilidades comuns, mas diferenciadas’ deve ser reafirmado no plano de ação da Rio+20”. Segundo o jornal, “alguns países desenvolvidos querem apagar a expressão”.
No japonês “Asahi Shimbun”, “Nações estão divididas sobre resolução”. Países desenvolvidos como o Japão cobram “todos no mesmo passo”, enquanto os países em desenvolvimento cobram que os desenvolvidos “deem apoio com financiamento e tecnologia”. Porém, justifica o jornal, “as nações desenvolvidas enfrentam restrições financeiras e têm pouca capacidade e flexibilidade para fazê-lo, no momento”.
O site do “New York Times”, que tem evitado cobrir a conferência, posta artigo do biólogo Thomas Lovejoy, do think tank ambientalista H. John Heinz III, de Washington, em que ele lamenta que “a política está tão envenenada e a mídia está tão fraturada nos EUA que pouco se menciona a Rio+20“. Lamenta especificamente a ausência de Obama e o fato de que em seu país “a ciência tem sido sistematicamente atacada”.
Em análise, o “Wall Street Journal” vai pela mesma linha, mas evitando criticar os EUA. O problema da Rio+20 seria o “timing”, por acontecer “quando as potências ocidentais se debatem para se recuperar de um dos maiores declínios de que se tem memória”.
O “Financial Times” vai além e publica hoje longa entrevista com “a fazendeira que se tornou poderosa”. O editor de América Latina, John Paul Rathbone, elogia a “visão realista” de Kátia Abreu para a questão ambiental.
Até o britânico “Guardian”, que antes priorizava a cobertura ambiental, tem evitado a Rio+20. Hoje faz longa entrevista com a secretária do meio ambiente, que justifica a ausência de Cameron e defende as “credenciais verdes” de seu governo.
Em relação a Rio+20 acho mjito estranho duas coisas:
1º o “poderoso” NYT tentando evitar de comentar esse evento, logo eles que se metem e acham que sabem de tudo!
2º a ausencia dos americanos e europeus, parece que estão vergonha de admitirem que estão entre os maiores poluidores do mundo e então inventam essa besteira de crise financeira.!