A um passo de alcançar a menor taxa de juros de todos os tempos, dívida do Brasil é "aposta segura"
30/05/12 10:17Reuters, France Presse, “Bloomberg BusinessWeek“, “Financial Times” e sites financeiros anunciam que vem aí mais um corte nos juros, agora para uma taxa baixa “histórica” de 8,5%, “a menor de todos os tempos“. Já o ex-ministro Maílson da Nóbrega, hoje sócio da consultoria Tendências, fala à Dow Jones que os juros baixos são “um sério risco” para o país, que “poderá ter de recapitalizar a Caixa”, o que é negado pelo ministro Guido Mantega.
Em destaque no “Wall Street Journal” de hoje, apesar dos cortes nos juros, “os investidores estão se agarrando aos títulos brasileiros”. No título, “Dívida do Brasil é vista como aposta segura“. Segundo levantamento da EPFR Global, desde março os aplicadores acrescentaram US$ 18 milhões a fundos voltados à dívida brasileira, que “oferecem exposição ao constante crescimento do país e a seu nível baixo de dívida pública”.
Com a foto abaixo, o jornal sublinha que “o Brasil direcionou investimento estrangeiro para o mercado de títulos para financiar projetos como o estádio de Brasília”.
A compra das lojas Leader é anunciada pelo banco BTG como resultado de sua “visão muito positiva da demanda interna e do crescimento”, na Bloomberg, mas também da “pressão dos vendedores”, no “Valor”. Esse e outros negócios recentes, como as aquisições feitas pela chinesa State Grid e pela britânica Diageo, foram acelerados para evitar o “SuperCade“. Em duas semanas, entra em vigor a lei que “determina que as operações sejam submetidas à aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica”.
Ao fundo, o “FT” noticia de Cingapura que a Olam, multinacional de produtos alimentícios, anunciou a compra de uma usina de açúcar em Minas Gerais; e o “WSJ” entrevista em Nova Délhi o presidente do grupo Dunkin’ Brands, das lojas Dunkin’ Donuts e Baskin Robbins, que anuncia prioridade aos emergentes, programando entrar no Brasil ainda este ano.
Em longa reportagem no site do “WSJ”, “Exportadores argentinos veem crescimento do Brasil como chave para prosperidade“, com as medidas brasileiras de estímulo sendo “vistas como benéficas”. O site do FMI produziu e o “FT” linkou estudo avaliando que “a atividade econômica nos vizinhos do Brasil é fortemente influenciada pelos ciclos brasileiros”.
Também em longa reportagem, com a foto abaixo, a “Bloomberg BusinessWeek” relata que “trabalhadores estão inundando o Brasil, conforme o mercado apertado eleva salários”. Perfila uma espanhola que trabalha em Brasília e um técnico brasileiro de ar condicionado de São Paulo. Ouve, do secretário-geral da CUT, que “por décadas os trabalhadores ganharam pouco” e, “com a economia crescendo, é justo que recebam uma fatia maior”. Por outro lado, de um conselheiro da CNI: “Não somos contra salários melhores, mas isso foi longe demais. Com esses números de desemprego, nossas mãos estão presas”. Acrescenta a revista:
O ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, que ascendeu de engraxate a líder trabalhista antes de assumir o cargo em 2003, fechou acordo com os sindicatos durante seu mandato que elevou o salário mínimo todo ano. Nos últimos oitos anos, subiu 140%, para R$ 622.