Dilma abre caminho para mais cortes, em passo "sensível politicamente", mas "na direção certa"
04/05/12 09:40No “Wall Street Journal”, “Brasil abre caminho para mais cortes nas taxas de juros com mudanças nas regras de poupança”. Ouve, do Banco Central, que as “mudanças adaptam poupança à nova realidade do Brasil”.
O “Financial Times” noticia que a “presidente Dilma Rousseff fez um avanço marcante na sua proposta de diminuir as taxas ao cortar o retorno de uma forma popular de poupança”, num “passo sensível politicamente“. Cita, de Alberto Ramos, do Goldman Sachs, que “este é um passo na direção certa”. Por outro lado, cita, de Tony Volpon, do Nomura, que o esforço para baixar juros poderia estar relacionado também a um enfraquecimento do mercado de crédito, citando o aumento nas reservas feito pelos bancos comerciais.
O “WSJ” acrescenta que o real se desvalorizou mais devido aos esforços do governo de “jogar areia nas engrenagens da apreciação”, na expressão do OppenheimerFunds. E o “hedge fund” FX Concepts afirma, em entrevista, que vem reduzindo aplicações na moeda, prevendo que deve passar dos US$ 2 e creditando a movimentação à queda de juros pelo BC.
O “FT” diz que a “Argentina testa paciência do Brasil”, listando controles de importação, suposta revisão de investimentos por JBS e Vale no país e suposta paralisação do acordo de comércio do Mercosul com a União Europeia, devido à reestatização da YPF.
Por outro lado, no “New York Times”, o Nobel de economia Paul Krugman questiona a “cobertura de imprensa” sobre a Argentina, com relatos “quase sempre muito negativos em tom: ‘eles são irresponsáveis’, ‘eles estão renacionalizando’, ‘eles falam como populistas'”. Destaca gráfico que mostra que o crescimento argentino é maior que o brasileiro e comenta:
Só para ficar claro, eu acredito que o Brasil está indo muito bem e vem tendo bom comando. Mas por que o Brasil é um Bric impressionante enquanto a Argentina é menosprezada? Na verdade, sabemos por que, mas não pega bem para o estado da cobertura de economia.
O “FT” publica o caderno especial “O negócio do esporte“, entrevistando o ministro Aldo Rebelo sobre o andamento das obras para a Copa e os Jogos Olimpícos, eventos nos quais o país estaria “apostando a casa“. Em longa análise sobre o futuro do setor, enfatiza que “assegurar os dois maiores eventos esportivos do mundo em tão pouco tempo colocou o Brasil firmemente nos holofotes da indústria global de esportes”.
O “FT” também destaca que o brasileiro virou “o segundo maior fã do Facebook”, segundo a Socialbakers, e relaciona o dado diretamente ao IPO do gigante de tecnologia. Cita, do documento apresentado para registrar a abertura de capital, que o Facebook já fala em declínio de receita e usuários “com o tempo” e da necessidade de “novos mercados”. Diz o jornal:
Daí a importância do Brasil, um mercado crucial não só por causa de sua grande população, mas também por quão “engajados” são seus usuários.