Coutinho defende usar "janela de oportunidade" para baixar juros. E quer o banco dos Brics
03/05/12 09:37O “Financial Times” entrevista Luciano Coutinho, “o mais influente banqueiro da América Latina”, presidente do BNDES, “quatro vezes maior que o Banco Mundial”.
Destaca que ele “urge taxas de juros menores”, mesmo que “representem uma redução de papel para sua instituição”. Coutinho diz que a taxa é alta demais “dada a solidez dos fundamentos do Brasil” e defende aproveitar a “janela de oportunidade” para cortar neste ano, com os preços mais leves das commodities e as forças deflacionárias, “o que não quer dizer que não tenha de subir se a inflação voltar”.
Coutinho defende também o banco dos Brics, dada a “crise fiscal” nas economias avançadas, que limita a ação do Banco Mundial. Por outro lado, o jornal ouve de Tony Volpon, do banco Nomura, elogios ao “banco bem conduzido”, mas também críticas aos vínculos políticos que pode criar, o que é ecoado por Carlos Pereira, da FGV.
Também no “FT”, o real está no valor mais baixo em cinco meses “devido às taxas declinantes de juros e às más notícias na Europa”. A Capital Economics já prevê que pode passar de US$ 2 neste ano. Porém o setor industrial desacelerou em abril, “apesar da moeda mais fraca”.
O “New York Times”, com longa reportagem da Reuters, noticia “lapsos de lavagem de dinheiro do HSBC”, destacando o escritório de Miami, “com milhões de dólares de México, Brasil e outros países passando através das operações de ‘private banking’ para clientes ricos”. Um ex-funcionário diz que “era um pesadelo descobrir o que estava acontecendo lá embaixo”.
O “Wall Street Journal” adianta pesquisa do escritório de advocacia Clifford Chance, junto a “centenas de executivos de corporações e outros ao redor do mundo”, destacando que, “num horizonte desanimador para fusões e aquisições, existe pelo menos um ponto brilhante: China, Brasil e outros mercados emergentes”.
“NYT” e “FT” noticiam que a petroleira britânica BG concordou em vender o controle da Comgás, “maior distribuidora de gás do Brasil”, para a Cosan, da anglo-holandesa Shell, por US$ 1,8 bilhão. A BG pretende usar os recursos para “investimentos multibilionários no desenvolvimento de reservas no Brasil, Austrália e África Oriental”.