Um rival para o Vale do Silício?
27/04/12 11:22A ameaça de greve na Foxconn, noticiada pelo “Jornal de Jundiaí“, segue ecoando por Cnet, Apple Insider, Macworld, 9to5mac. Já o “Wall Street Journal” ecoa, da Folha, que a Foxconn e o bilionário Eike Batista pretendem instalar no Porto de Açu, no Rio, uma fábrica de baterias, painéis solares e postes de luz, com investimentos de US$ 1 bilhão. Diz Batista:
Será o Vale do Silício brasileiro, com geração de milhares de empregos.
[PS 16h – No “Taipei Times”, um porta-voz confirma que a Foxconn está “buscando oportunidades de negócios com Mr. Batista, inclusive Porto de Açu”, mas “ainda não se decidiu“.]
Na mesma linha, em longa reportagem, a revista britânica “World Finance” destaca que a “América Latina cria rival ao Vale do Silício”, com foco no Brasil:
Apostando em criar um Vale do Silício brasileiro ou, idealmente, vários deles, um número crescente de parques tecnológicos floresceu ao redor do país desde 2006. Contribuindo significativamente para a economia, esses parques são alavancados por inovação e estimulados por muitas agências governamentais, todas contribuindo para a ampla oferta de incentivos e fundos para pesquisa e desenvolvimento. Um projeto é o Primeira Empresa Inovadora, concebido pela Finep em 2009 e que já apoiou 1.381 empresas com US$ 100 milhões. Em março, a Finep foi visitada pelo presidente do Silicon Valley Bank, Greg Becker, para discutir o financiamento de alta tecnologia no Brasil. Avanços mais recentes incluem o investimento da Foxconn. Autoridades revelaram que devem usar a oportunidade da Foxconn para cultivar uma indústria centrada na produção de telas LCD.
E dois think tanks americanos, Council on Foreign Relations e Americas Society/Council of the Americas, postaram textos sobre o crescimento da cena de tecnologia no Brasil. O AS/COA destacou as medidas de incentivo tributário para atrair fábricas como a Foxconn.
Já o CFR relatou um painel sobre TI promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce, em Nova York, no qual os participantes sublinharam que o país é o sexto no setor e pode subir para terceiro, com programas como Ciência Sem Fronteiras e Pronatec, os gastos federais em infraestrutura de TI e as ações de Petrobras e BNDES. Outro painel, sobre infraestrutura em geral, como estradas, foi mais crítico da presença governamental.
Ao fundo, a Reuters despachou a reportagem “Setor de tecnologia do Brasil mira mais alto depois do Instagram”, a start up do Vale do Silício que tem entre seus fundadores o brasileiro Mike Krieger. “O desafio para os colegas de Krieger é conquistar sucesso sem trocar o Brasil pelo Vale do Silício ou por uma universidade de elite nos EUA”, diz a agência.
Julio Vasconcellos, do Peixe Urbano, diz que até pouco tempo atrás “nenhum fundo de venture capital investia no país”, mas “agora mais de uma dúzia, os maiores do mundo, estão desesperadamente buscando investimentos aqui”. Já se fala até em “bolha”.
Vale do Silício a forceps. pelo amor. faltam nerds a altura, desejo de conhecimento, muito dinheiro e algumas gotas de LSD.