“New York Times” e “Wall Street Journal” destacaram no fim de semana que a francesa Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, conseguiu US$ 430 bilhões a mais “a serem usados na zona do euro”. Mas eles “vieram em sua maioria de economias ricas”, listando Japão, Reino Unido, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Suécia, Noruega, Polônia, Austrália, Dinamarca e Cingapura. Do “NYT”:

Brasil, China, Rússia e Índia não fizeram promessas específicas. Indicaram que vão contribuir, diz Lagarde, mas não se comprometeram a montantes específicos. Espera-se que os países definam suas contribuições na cúpula do G20 no México, em junho. Os emergentes têm argumentado que deveriam ter mais poder de voto no fundo, se vão contribuir mais. Em declarações no sábado, Guido Mantega, ministro das finanças do Brasil, critica o fundo por não se mover rápido o bastante para estabelecer as mudanças de cotas feitas em 2010. “A cota de Luxemburgo é maior que a da Argentina e a da África do Sul. A da Bélgica é maior que a da Indonésia e três vezes maior que a da Nigéria.

Do “WSJ”, que também destacou as críticas de Mantega ao ritmo das reformas no FMI:

A resistência de alguns países levou Lagarde a reduzir sua meta de recursos na semana passada para cerca de US$ 400 bilhões, da meta anterior de US$ 600 bilhões. A zona do euro já responde por uma fatia desproporcional dos empréstimos do FMI após os resgates de Grécia, Portugal e Irlanda. Isso está gerando reação entre membros não europeus, que questionam se o fundo está excessivamente voltado a uma região do mundo.

O “China Daily” noticiou as críticas de Mantega e que a “China vai revelar sua contribuição ao FMI após mais negociações”, mas destacou que “Lagarde elogia China por ampliar a banda do yuan”, a moeda chinesa. Nos últimos anos, Lagarde abriu postos no comando do FMI para indicações chinesas. Na manchete do “CD”, o primeiro-ministro Wen Jiabao inicia visita à Alemanha, ressaltando as “relações estratégicas” e sua “confiança na zona do euro”.

Entre os países ricos, EUA e Canadá se recusaram a participar da nova rodada de recursos para o FMI. E o Reino Unido, destaca o “Financial Times”, só vai desembolsar os US$ 15 bilhões que prometeu se avançarem as reformas, como insistem os emergentes, “notadamente o Brasil”.

Também a “Economist” questiona os novos recursos, dizendo que a Europa e a Alemanha em participar resistem em agir contra a crise emitindo “eurobonds”, que “quebrariam a relação entre as pressões bancárias locais e o crédito soberano em desagregação”.

O “FT” noticiou que o novo comando da YPF esteve no Brasil no fim de semana para “cortejar a Petrobras” a investir mais na prospeção de petróleo na Argentina. A petroleira reestatizada estaria também em negociações com as gigantes chinesas Sinopec e Cnoooc.

Ato contínuo, hoje, a petroleira espanhola “Repsol ameaça eventuais investidores da YPF” com ações legais, segundo um porta-voz da empresa, falando ao “FT”.