No “Financial Times”, a Embraer ameaça se retirar da concorrência do Pentágono, para fornecer aviões militares aos EUA “se as requisições de produto mudarem”. A empresa já venceu, “mas a disputa foi abruptamente cancelada” após pressão da concorrente americana.

O negócio é um dos assuntos da visita do secretário de Defesa dos EUA a partir de amanhã, informam “Bloomberg BusinessWeek”, France Presse, CNN e o site do Pentágono. Segundo entrevista coletiva com autoridades anônimas (sic), Leon Panetta também quer discutir, em reuniões com a presidente Dilma Rousseff e o ministro Celso Amorim, operações de paz e antitráfico na África e América Central. Por outro lado, diz um dos anônimos:

Você tem a Copa e a Olimpiada chegando ao Brasil. Munique aconteceu (o ataque de 1972 na Alemanha) e todo mundo sabe disso. O que pudermos fazer para garantir que atos terroristas não aconteçam, ficaremos gratos de ajudar o Brasil. Podemos compartilhar o nosso conhecimento nessa área.

Panetta e a secretária de Estado, Hillary Clinton, foram entrevistados pela CNN no final da semana. Da segunda, respondendo a indagação sobre ser candidata a presidente dos EUA:

Bem, me permita despersonalizar isso. Vamos tirar isso de mim. É claro que eu acredito que é hora de uma mulher ser presidente. Eu acabo de estar no Brasil com a extraordinária Dilma Rousseff, a presidente do Brasil.

O think tank Brookings, de Washington, postou uma análise sobre os encontros de Dilma com o presidente Barack Obama, Hillary e, agora, Panetta. Diz que a visita da presidente só saiu após o governo americano retirar a tarifa sobre etanol brasileiro. E diz que o Brasil não vê os EUA como parceiro confiável, após o cancelamento recente da concorrência e após o veto à venda de aviões da Embraer à Venezuela, cinco anos atrás. Mas conclui que, se forem dados pequenos passos de construção de confiança, as relações podem ganhar peso.

Ao fundo, o Radar informa que o canal americano de notícias CNN já “trabalha silencionamente para lançar um canal em português“.