"Finalmente", bancos privados cedem e juros começam a cair, tanto no Brasil como na Índia
20/04/12 09:58O “Wall Street Journal” reporta que os “Cortes na taxa de juros sustentam esforços da líder do Brasil para estimular economia”, com Dilma Rousseff alcançando “marco importante” com a sinalização do Banco Central de que pode seguir cortando os juros e com “grandes bancos” também reduzindo. Por outro lado, cita vozes do mercado financeiro dizendo que o BC “tem sido muito instável” e cobrando reforma trabalhista. Em outro texto, destaca que Bradesco e Itaú cortaram “para manter suas fatias de mercado“.
Também a nova “Economist” saúda a queda nos juros, sob o título “Um declínio mais interessante”, acrescentando que “os custos para empréstimo começaram finalmente a cair, mas a parte difícil está por vir”. Citando os cortes nas taxas por Banco do Brasil, Caixa, HSBC, Santander e Bradesco, mas ainda sem a informação de que o Itaú também cedeu, diz que “a combinação de política monetária e tormento persistente parece estar funcionando”. Mas conclui que o grande desafio é ampliar a poupança interna.
O “Financial Times” acrescenta que também na Índia os “Bancos cedem à pressão do governo e cortam as taxas”, citando estatais e privados e sublinhando que o país “não está sozinho ao fazer ‘sugestões’ a seus bancos _o Brasil vêm pressionando os seus a cortar juros após ter iniciado um ciclo de afrouxamento monetário”.
Reforçando a aproximação Brasil-Índia, o “WSJ” noticia que a Jaguar Land Rover, fábrica de carros de luxo do grupo indiano Tata Motors, negocia abrir sua primeira fábrica por aqui.
“FT” e “WSJ” noticiam que a diretora gerente do FMI, a francesa Christine Lagarde, afirmou em Washington que a instituição precisa de mais recursos para atuar na crise europeia, pressionando os Brics, China sobretudo. Para sustentar a pressão, Japão e Suíça, entre outros desenvolvidos, anunciaram aportes ao Fundo.
Segundo o “FT”, “embora se espere que a China se comprometa a destinar recrusos, qualquer anúncio não deve vir antes de um encontro dos ministros do G20”, hoje, pois “Pequim preferiria agir através do processo do G20, de maneira a fazer um anúncio junto com os parceiros Bric, todos também membros do clube de maiores potências econômicas”. Porém, “um possível obstáculo é que outras nações Bric, notadamente o Brasil, estão relutantes em prometer mais recursos”. Ao fundo, sublinha o “WSJ”, está a reforma do FMI:
Emergentes chave como China e Brasil estão relutantes em comprometer mais dinheiro sem garantias mais fortes de que o FMI vai avançar na reforma de governança, dando a eles e outras economias em desenvolvimento mais poder de voto. O ministro do exterior chinês, Liu Weimin, vinculou especificamente o progresso na reforma com o aporte ao FMI, segundo a agência Xinhua. O ministro disse que as reformas acertadas em 2010 precisam ser ratificadas. Mas alguns países, inclusive os EUA, não ratificaram o acordo.
Em especial, o “New York Times” acrescenta que, no encontro do FMI e do Banco Mundial, “os europeus poderão descobrir nesta semana que a crise da dívida não está só ameaçando sua economia, mas diminuindo sua influência nas questões mundiais”. Além de “menos peso nos debates”, o fracasso em conter a crise pode “acelerar a mudança de poder dos países desenvolvidos para as ricas nações emergentes, como China, Índia e Brasil”.
Sob o título “Brics se agitam por uma cadeira na mesa“, o jornal destaca autoridades chinesas, que não estariam satisfeitas com as concessões feitas a Pequim no FMI. Por outro lado, expõem as disputas entre os próprios emergentes que vêm atrasando o banco de desenvolvimento dos Brics, uma alternativa ao Banco Mundial, onde também não conseguem maior espaço dada a resistência de EUA e Europa. De Xiang Songzuo, do Banco de Agricultura da China:
A Rússia é muito relutante em permitir que a China se torne número 1. A Índia tem uma relação muito complicada com a China. E o Brasil é muito ambicioso. Quem será o acionista controlador de um banco dos Brics? E, sim, voce precisa de uma potência controladora.
Em texto no “NYT”, Eswar Prasad, do think tank americano Brookings, afirma que a tradição de eleger um americano no Banco Mundial se tornou “injustificável”, mas, se o novo escolhido “conseguir criar alianças com os emergentes, ele poderia _com apoio dos EUA_ mudar a estrutura de poder que mantém a Europa com poder desproporcional”.
Em texto no site do think tank Council on Foreign Relations, Oliver Stuenkel, da FGV, lamenta que os Brics tenham perdido “uma oportunidade única de mostrar unidade“, apoiando um candidato para o Banco Mundial, “e de responder aos críticos que argumentam que eles são muito diferentes para falar com uma só voz”.
Deu na Folha: “Juro baixo é para poucos, diz ProTeste. Entidade encaminha ao governo documento em que mostra que redução anunciada não beneficia maioria”. Bravatas, bravatas e muito mais bravatas. Fala sério!
Deu na Globonews: “Bancos foram às empresas de capital aberto que mais lucraram em 2011”.
Na campanha de 2002, Lula da Silva, diante de José Serra, acusou FHC de aumentar a taxa de juros para enriquecer banqueiros.
E José Serra mandou essa: “A mistificação não necessita de estradas para trafegar”.