O fim do milagre? O fim do momento mágico? Não, o futuro segue brilhante no "Beautiful Brazil"
10/04/12 19:06A visita de Dilma Rousseff provocou um debate, ao fundo, sobre a força econômica do Brasil.
A “Foreign Policy” postou dias antes um artigo de Bill Hinchberger, que foi correspondente do “Financial Times” e agora edita o site de turismo BrazilMax, proclamando “O fim do milagre brasileiro”. Ou ainda, “O Carnaval acabou”.
E hoje a “Foreign Affairs“, do think tank Council on Foreign Relations, postou artigo de Ruchir Sharma, que chefia a carteira de emergentes do fundo de investimento Morgan Stanley, intitulado “A desaceleração das commodites e o fim do momento mágico” do Brasil. É adaptação de um livro que ele vai lançar, “Em Busca dos Próximos Milagres Econômicos”.
Por outro lado, no “Financial Times“, também hoje, Matt Hochstetler, da carteira de emergentes do Janus Capital Group, escreve o artigo “O milagre brasileiro”, afirmando que “o futuro do Brasil permanece brilhante”.
E quatro dias atrás o próprio Jim O’Neill, que criou o acrônimo Brics e comanda a principal carteira do Goldman Sachs, escreveu a nota “Beautiful Brazil”, dizendo que a inflação está baixa e o problema do real valorizado diminuirá se os juros seguirem caindo. Relatou ter vindo ao Brasil e encontrado pessimismo, mas lembrou “um grande ditado”:
Nunca dê ouvidos a ninguém sobre as próprias economias deles.
Outro debate paralelo à visita, mas também eco da cúpula dos Brics na semana passada, aborda a força econômica e política dos próprios EUA.
O jornalista Walter Russell Mead escreveu no “Wall Street Journal”, com reprodução no site do CFR, que o declínio americano é um mito e, apesar de aceitar China, Índia e Brasil no “conselho maior”, os EUA permanecerão como seu “presidente”.
A “Economist” ironiza hoje no texto “É o fim do mundo como nós o conhecemos“. Mead é mais um “na longa fila de cheerleaders da liderança americana” a negar o declínio:
Me diga: por que é tão difícil admitir que o poder relativo da América escorregou e está escorregando, que seu lugar na cabeceira da mesa está menos garantido? É uma questão de ego? De auto-estima nacional? Eu não compreendo. Claro, é o fim dos assuntos mundiais como nós os conhecemos. Por que não se sentir bem?
Ecoa a canção do REM, “it’s the end of the world as we know it/ and I feel fine”.