Nova-iorquinos sujam suas mãos com democracia, em teste do orçamento participativo na cidade
02/04/12 10:02O “New York Times” de domingo deu longa reportagem sobre “um grande experimento em orçamento participativo“, mecanismo “originalmente desenvolvido no Brasil”. Relata um encontro da comunidade no Brooklyn e como em quatro distritos da cidade, nos últimos seis meses, “250 nova-iorquinos pularam nas trincheiras e sujaram suas mãos com democracia”. É o segundo caso nos EUA, depois de Chicago. No Brasil, com a mudança de governo em Porto Alegre, o programa se reduziu, mas “300 cidades no país e em outros” já adotaram.
Em artigo no “Wall Street Journal”, o ex-subsecretário de Defesa Paul Wolfowitz e outros dois acadêmicos defendem “metas de governança” e democratização, junto às “metas do milênio”, para que o avanço social ocorra em autocracias do Oriente Médio e outras:
Ao redor do mundo, países que são bem governados, como Brasil e Gana, fazem progressos contra a pobreza. Países que são mal governados não reduzem pobreza, não importa quanta assistência externa recebam.
Por outro lado, sobre o Brasil, o “NYT” reporta hoje o “choque entre riqueza e vida” na morte de Wanderson Pereira dos Santos, na semana passada, atropelado pela Mercedes-Benz SLR McLaren de Thor Batista, “filho do homem mais rico do país”.
Sobre o banco de desenvolvimento dos Brics, o americano Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, diz ao “Financial Times” que “empurrar países como China e Brasil para fora do sistema do Banco Mundial, forçando-os a buscar recursos em outros lugares seria um erro de proporções históricas” para os Estados Unidos:
A Índia quer dinheiro. A China quer ser vista como bom parceiro e pode querer internacionalizar o renminbi. O Brasil quer ser associado com o conceito e pode conectar seu próprio banco de desenvolvimento.
Mas ele diz não ser monopolista e que aceitaria bem um banco dos Brics. Já o “Wall Street Journal” postou repercussão de jornais indianos sobre a cúpula dos Brics, destacando o artigo de Dilma Rousseff no “Times of India”, que descreve o bloco como:
Demonstração inquestionável de como países distantes geograficamente, com desafios sociais e econômicos diferentes, podem gerar convergência que muda o eixo internacional.
O “WSJ” noticia que, um dia após concordarem em destinar mais recursos a seu próprio fundo contra a crise da dívida na região, países europeus cobraram que outros fizessem o mesmo, via FMI. O jornal cita China, Brasil e Japão. Mas o “FT” publica coluna de Wolfgang Münchau sob o enunciado “G20 deve dizer não à zona do euro“:
Esqueça as manchetes, não foi um aumento no fundo de resgate… Na semana passada, os líderes dos Brics haviam expressado sua frustração sobre a resposta da zona do euro. Isso não vai tranquilizar suas mentes.
O “FT” publica, sob o título irônico “Relações Brasil-EUA estão próximas de ponto de inflexão”, que o aguardado reconhecimento da cachaça como distinta do rum, antiga reivindicação dos exportadores brasileiros, não basta e “mais significativo seria os EUA oferecerem apoio formal às aspirações do Brasil no Conselho de Segurança”. Ouve, de João Augusto de Castro Neves, analista política da consultoria estratégica americana Eurasia:
O Brasil não quer um acordo de comércio dos EUA, não quer cooperação militar. Ele só quer reconhecimento e isso só custa algumas palavras.
Ao fundo, hoje na CNN, dois helicópteros brasileiros chegaram à Colômbia para participar da liberação de dez reféns pelas Farc, junto com a Cruz Vermelha.