Com Dilma à frente, Brics atacam a "guerra cambial" das políticas monetárias de EUA e Europa
29/03/12 10:43No “Wall Street Journal”, “Brics dizem que bancos centrais do Ocidente acendem volatilidade no fluxo de capitais”. Em vídeo, jornalistas do “WSJ” concordam com as críticas à “desestabilização” causada pelas políticas monetárias de EUA e Europa e sublinham que os emergentes agora têm força para se fazerem ouvidos. Também no “China Daily” e no “New York Times”, com Reuters.
Já o “Financial Times” noticia as críticas sob o título “Rousseff ataca a resposta do Ocidente à crise”, concentrando-se em suas declaraçõse. A presidente brasileira publicou artigo voltando ao tema no “Times of India“, jornal de maior circulação no mundo.
O “WSJ” destaca ainda, no noticiário sobre a cúpula, que seus bancos de exportação/importação assinaram acordos cambiais, o que “ressalta os esforços das economias emergentes para se proteger da crise da zona do euro e para estimular o comércio em meio ao crescimento fraco de mercados desenvolvidos”. Pelo Brasil, assinou o BNDES.
O “NYT”, com AP, acrescentou que os cinco líderes concordaram em “caminhar para a criação de um novo banco de desenvolvimento“. Ouvido pela agência indiana PTI, o americano Robert Zoellick, atual presidente do Banco Mundial, em visita à própria Índia, disse que a nova instituição “vai complementar o trabalho que fazemos”.
Em longa entrevista à Reuters, Zoellick foi mais crítico, dizendo que o novo banco enfrentaria dificuldade em se estabelecer e não teria o conhecimento do Banco Mundial, sublinhando ainda que os interesses de Brasil, Rússia, Índia e China “diferem” em relação à nova instituição.
O “NYT” publicou reportagem na mesma linha, “Para grupo de cinco países, acrônimo é fácil, mas unidade é difícil”, ouvindo de analistas de think tanks americanos que os Brics “não são um bloco de jeito nenhum” e “sua maior relação é com os EUA”. Também em blogs do “WSJ”, “Qual é o sentido dos Brics?“, e do “FT”, “Cúpula dos Brics, oportunidade perdida“.
Já o estatal “China Daily” se concentrou nas declarações do presidente Hu Jintao, de que “agora a cooperação está apoiada num novo ponto de partida” e que os Brics “precisam aprofundar a confiança política“, mesma mensagem do artigo de um analista de think tank chinês.
“WSJ” e “NYT” relatam que o conselho do Goldman Sachs também realiza seu encontro anual na Índia. A Reuters ouviu de um executivo que o banco americano _que cunhou o acrônimo Bric_ marcou o evento para Nova Délhi como sinal de seu “compromisso“:
Goldman e outros bancos estão cada vez mais se voltando ao exterior atrás de negócios para compensarem a desaceleração em casa. Também nesta semana, líderes dos Brics estão se encontrando aqui para sua cúpula de 2012.
Ao fundo, o chefe do estado-maior das forças americanas, general Martin Dempsey, declarou ontem em Brasília que os “EUA podem se manter como potência global apesar dos cortes” orçamentários do Pentágono, em discussão no Congresso. Ele voltou atrás em seu comentário anterior, de que com os cortes “não seríamos mais uma potência global”.
Dempsey tem encontro marcado com o ministro da Defesa, Celso Amorim, informa o site do Pentágono _que faz um relato sobre sua visita, ontem, ao Comando Militar da Amazônia, “área em que temos mais interesses comuns”.