Brics se encontram por maior poder nas intituições globais e por maior cooperação tecnológica
26/03/12 09:28O “China Daily” entrevista Maria Edileuza Fontenele Reis, subsecretária do Itamaraty, segundo a qual a cúpula dos Brics, que começa na quarta, vai se concentrar na expansão do papel do bloco na recuperação do crescimento global, inclusive Banco Mundial e FMI. Argumenta ela:
Segundo o FMI, os Brics são responsáveis por 56% do crescimento global, enquanto o G7 é responsável por apenas 9%.
Em reportagem, o jornal estatal publica que, “embora ainda um mecanismo jovem, os Brics mostraram sua força com uma contribuição proeminente ao crescimento global”. Do economista-chefe do HSBC para a Índia:
Se olhar o que aconteceu nos últimos quatro anos, você vê claramente uma gravitação do crescimento para longe das economias avançadas no Ocidente, que estão lutando com os efeitos da crise financeira.
O “CD” também ouviu Arkady Dvorkovich, assessor do Kremlin, que defende maior poder dos Brics em instituições como o FMI, mas diz que a Rússia vai priorizar maior “cooperação prática” na cúpula, pois as relações de comércio e investimento dos Brics não têm acompanhado o ritmo das interações políticas. Diz ele:
É necessário conduzir cooperação mais próxima entre os centros científicos e de pesquisa de todos os Brics para desenvolver plataformas tecnológicas conjuntas. Para isso, estamos levando à cúpula 80 empreendedores russos.
Ao fundo, o “Financial Times” informa que nesta semana começam as operações da “Bricsmart, uma aliança de cinco bolsas de valores, de Hong Kong, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul”, Segundo Charles Li, da bolsa chinesa, é uma maneira de os membros se manterem “na dianteira da mudança no crescimento para as economias em desenvolvimento”.
Por outro lado, a agência Associated Press, reproduzida por “New York Times” e “Wall Street Journal”, noticia que um manifestante tibetano pôs fogo em si mesmo em Nova Délhi, para protestar contra a China. O fogo foi apagado por outros ativistas e ele foi levado ao hostital.
E o “International Herald Tribune”, do “NYT”, publica artigo questionando os Brics como “Um bloco artificial erguido sobre uma frase de efeito”.
O “Wall Street Journal” publica que o secretário-geral da Unctad (órgão da ONU para comércio e desenvolvimento) defendeu reforma “drástica” do sistema financeiro. Do tailandês Supachai Panitchpakdi, que antes foi diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio):
Os movimentos cambiais não refletem os fluxos de comércio. Essas distorções são tão danosas quanto aumentos de tarifa.
O “WSJ” ressalta que as declarações “vêm no momento em que países como o Brasil lutam para conter movimentos cambiais que acreditam estar afetando suas economias”.
E a “Bloomberg BusinessWeek” destaca que Carlos Ghosn, brasileiro que presidente a Nissan, disse em entrevista em Tóquio que a revisão do acordo automotivo do Brasil com o México acelerou os planos da montadora japonesa:
A limitação de exportações do México para o Brasil torna nossa fábrica brasileira ainda mais necessária. A ampliação tem de ser ainda mais rápida do que prevíamos.
O “FT” publica que o indicado dos EUA para o Banco Mundial, Jim Yong Kim, recebeu “elogios contidos” dos emergentes. O representante brasileiro, Hugo Studart, diz que Brasília “ainda não decidiu qual candidato vai apoiar”, mas saudou que os países em desenvolvimento tenham perdido a “relutância em desafiar os EUA”, uma “mudança histórica”. Do “FT”:
Pela primeira vez, dois candidados de países em desenvolvimento, Ngozi Okonjo-Iweala, ministra das finanças da Nigéria, e José Antonio Ocampo, ex-ministro das finanças da Colômbia, também vão disputar a posição.