"NYT" abre caminho para sobreviver com independência. Mas vai funcionar para todos?
20/03/12 11:43Na edição de hoje, publico “Nos EUA, smartphones e tablets aumentam ‘apetite’ por notícias“, sobre o relatório O Estado da Mídia, do instituto Pew, também aqui. Publico ainda a previsão de que mais cem jornais americanos adotarão “nos próximos meses” assinaturas digitais devido ao êxito da experiência do “New York Times”, segundo o estudo.
O “paywall” do “NYT” (que permite acesso livre ao site até 20 páginas ou, sem limite, via redes sociais) faz seu primeiro aniversário na semana que vem, dia 28. E o site Capital New York produziu a reportagem “Após um ano, analistas vêem sucesso surpreendente e mais desafios à frente”. Destaca que Ken Doctor, analista da consultoria Outsell e autor de “Newsonomics”, defende que o jornal deve agora apostar na globalização de sua marca.
No festival SXSW Interactive, na semana passada, a editora-chefe do “NYT”, Jill Abramson, que atuou no estabelecimento da estratégia digital do jornal e depois assumiu o comando da redação a partir de setembro do ano passado, comentou, sobre o “paywall”:
Está funcionando em ambas as perspectivas [econômica e de conteúdo]. Sempre sentimos que a qualidade do nosso jornalismo se destacava e que as pessoas que são mais devotadas a ele são realmente fiéis. Que era realmente razoável pedir que elas pagassem por ele. E o timing é tudo. [A experiência anterior de cobrança com o] TimesSelect não funcionou por uma série de razões, mas estamos realmente felizes com o número de pessoas que assinaram agora pelo acesso digital. Nosso último relatório foi do quarto trimestre de 2011 e chegou a 390 mil assinantes. É um bom fluxo de receita. O que sustentou o jornal ao longo de todo o último século foi ter dois fluxos de receita, publicidade e circulação, e me parece que ser 100% dependente de publicidade, bem… Nós temos publicidade digital bastante robusta. Quer dizer, só estou falando que é uma boa maneira de garantir o nosso futuro. E ao nos voltarmos para os nossos leitores mais fiéis conseguimos nos manter abertos à vasta maioria de pessoas que visitam nosso site _e nos manter como parte da discussão na internet aberta. Então, é como se tivéssemos o melhor de dois mundos.
C.W. Anderson, professor de cultura de mídia na City University of New York, avisa porém que seria “um erro acreditar que o que funciona para o ‘NYT’ funcionaria necessariamente para todos”.
PS 13h – No “NYT”, há pouco, “Times muda política sobre visitas ao site”:
Um ano após introduzir um “paywall”, a NYT Co. disse na terça que agora vai requerer dos visitantes ao site que paguem pelo acesso depois de lerem 10 artigos gratuitamente, baixando dos 20 estabelecidos quando o sistema começou. A empresa disse que o NYTimes.com e o site do “International Herald Tribune” têm juntos 454 mil assinantes.
Nem de graça quero assinatura do NYT. Apoiou o governo Bush, a invasão do Iraque, alimentou a mentira das armas de destruição em massa, apóia a ocupação dos USA na Colômbia, apóia a posse da Inglaterra sobre as Malvina, apoiou TODAS as ditaduras latino-americanas e europeias e sempre esteve ao lado dos banqueiros e poderosos do mundo. Assim como a Globo, o NYT fede.
Precisa melhorar para poder cobrar.Exemplo: o que interessa aos formadores de opinião, supostos leitores da Folha, o BBB ? No noticiário político só falta o Camarotti da Globo News para completar o time… Quem vai pagar tem o direito de exigir. Atualmente eu não pagaria.
Eu pagaria para ler o NYT, jornal que tem colunistas de um nivel bem acima da media: Paul Krugman, Roger Cohen, Thomas Friedman entre outros. O jornal so’ pisa na bola quando na area internacional.
Olha Bruno, a Folha ja’ foi bem melhor. Basta abrir o portal para ver, noticias sobre o BBB ou qualquer sub-celebridade sao destaques. Gilberto Dimenstein e seus textos ridiculos. Clovis Rossi e suas reflexoes sobre o nada. Negocio ta’ feio mesmo. Daqui so’ entro para ler o Helio Schwartzman, Andre Barcinski e Josias de Souza (este no UOL).
Um dos erros que a Folha comete, é que os leitores não podem ler a íntegra das reportagens. É como limpar a bunda pela metade. Nesse sentido, não se pode verificar, avaliar, julgar a qualidade dos artigos da Folha e, eventualmente, fazer uma assinatura do jornal. O NYT podemos ler 10 ou 20 artigos inteiramente(e muito mais com o Twitter do jornal). Eu pago 7 USD por mês para ler o NYT no meu Ipad e Apple Mac book Air. A Folha cobra 100 USD por ano. O Liberation em Paris custa 12 Euros por ano. O Guardian, um journal excepcional e extremamente cultural e informativo, custa Zero Pound. Nunca pagei para ler os artigos no The Economist. Com todo meu respeito, vocês não valem o que cobram.
Não, ao menos com a Folha essa estratégia de pagar para ler nunca fai funcionar. A Folha não é um jornal que cria valor como o New York Times, Wall Street Journal e o Financial Times, entre outros. A qualidade do jornalismo da folha é muito primária e rasteira. As reportagens são frequentemente pobres, pouco pesquisadas, os erros que vocês cometem são grotescos. A cobertura internatcional da Folha é deprimente, para dizer o mínimo. Enfim, ninguém vai pagar para ter gato por lebre.