Kony 2012 une ativismo, jornalismo e publicidade na mesma estratégia. Ninguém vai ficar impune
13/03/12 10:57Já tem mais de uma semana que a campanha #StopKony explodiu, com o vídeo mais viral da história. A “Foreign Policy” tentou conter, explicando que Joseph Kony deixou Uganda há seis anos e seu exército se reduziu a poucas centenas _e avisando que a campanha poderia resultar em apoio ao ditador local. Também o “New York Times“, exasperado com o envolvimento de celebridades e o risco de priorização de um conflito menor. E “Atlantic“, Daily Beast etc.
Mas não tem jeito, escreve no “Meio & Mensagem” a publicitária Ana Paula Cortat, sob o título “Ninguém vai ficar impune a Kony 2012”:
Não importa quem tem razão a respeito do filme. Sua existência, sua mensagem e sua repercussão provam que o diretor Jason Russel está certo quando diz que “a regra do jogo mudou”. Kony 2012 é parte de um mundo onde as regras são outras: mistura ativismo, jornalismo e publicidade em uma mesma estratégia –o que é provocador de diferentes formas. Tem bem mais que os três elementos considerados “o segredo” para que um vídeo viralize: formadores de opinião, participação de comunidades e imprevisibilidade. Rompe a regra sobre o quanto as pessoas estariam dispostas a assistir vídeos com mais de dois minutos e coloca por terra a ideia de que vídeos que viralizam oferecem pouco ou nenhum valor. É maravilhoso quando coisas assim acontecem.